No mês de abril, realizamos eventos dedicados aos cuidados com a saúde ocular. Esta sexta-feira, 7 de abril, é o Dia Mundial da Saúde. Também estamos na campanha Abril Marrom, dedicada a conscientizar a população sobre doenças que podem causar cegueira ou baixa visão.
Neste mês, a ONCB, através de sua secretaria de Saúde e Reabilitação, traz informações sobre saúde ocular e prevenção de doenças.
Os cuidados com os olhos e a visão já começam desde muito cedo com a Avaliação do Reflexo Vermelho (teste do olhinho) acompanhado ou não de avaliação de fundo de olho. Esse exame pode ser realizado ainda na maternidade e já nos dá informações sobre a presença de catarata congênita, opacificações corneanas, opacificações de gel vítreo (uma estrutura intraocular) e, quando associadas ao exame de fundo de olho (Fundoscopia e Mapeamento de Retina), terá sua especificidade aumentada ao nos dar informações adicionais sobre má formações congênitas intraoculares, alterações infecciosas e até neoplasias (cânceres), como é o caso do Retinoblastoma, que é uma neoplasia maligna.
Todas as alterações citadas podem interferir ou impedir o desenvolvimento adequado da visão – a primeira e segunda infâncias são períodos cruciais para o desenvolvimento visual –, atrapalhar o desenvolvimento global da criança e, nos casos de câncer, pôr em risco a vida destes pacientes.
Intervenções precoces podem minimizar danos, curar doenças (no caso do Retinoblastoma) ou reverter perdas visuais (como é o caso do tratamento da ambliopia).
Além do reflexo vermelho, que deve ser realizado o mais cedo possível, visitas semestrais nos primeiros 18 meses de vida e anuais, a partir dessa idade, são aconselháveis para detectar, além de doenças, alterações do alinhamento dos olhos e a presença de erros refrativos (miopia, astigmatismo, hipermetropia) que, se não tratados a tempo, podem evoluir para ambliopia (condição onde há redução variável da visão causada por estimulação inadequada, e que pode ser revertida se tratada a tempo).
Ao longo da vida adulta, é recomendável uma visita anual ao oftalmologista, especialmente se há histórico familiar de determinadas doenças, como glaucoma, diabetes mellitus, hipertensão arterial, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), distrofias retinianas e casos de cegueira (sejam de causa desconhecida ou não). A depender da idade, as chances de desenvolver tais doenças aumentam. Algumas delas podem evoluir para cegueira ou baixa visão e algumas podem ser prevenidas ou controladas se diagnosticadas a tempo.
Vale ressaltar que os cuidados adequados com o diabetes não só reduzem o risco de alterações oculares, como também reduzem o risco de lesões renais, cardíacas e vasculares periféricas (para citar algumas). Ou seja, ao cuidar de forma apropriada do seu diabetes, diversas estruturas no organismo se beneficiam. Lembrando que o agravamento de doenças como glaucoma e o próprio diabetes evolui de maneira assintomática, ou seja, silenciosa. Não haverá alerta de que a doença está instalada ou agravada na maioria dos casos e, por isso, visitas regulares ao oftalmologista, especialmente após os 40 anos, podem detectar precocemente essas patologias e dar a aquele ou aquela paciente a oportunidade de tratamento precoce adequado.
Com o envelhecimento da população mundial e, por consequência, da brasileira, doenças antes pouco habituais há 20 anos agora se mostram mais frequentes, como a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e o aumento da incidência de casos de catarata. A primeira, é uma doença que, mesmo apresentando mais alternativas de controle, ainda não tem cura e causa um impacto muito grande na vida da pessoa na terceira idade. A segunda tem tratamento cirúrgico, que é o tratamento curativo, e é uma cirurgia bastante realizada no Brasil. Vale lembrar que o glaucoma também figura entre os grandes causadores de baixa visão e cegueira na terceira idade.
Atualmente, a superexposição a eletrônicos tem causado transtornos visuais, sendo que o mais preocupante é o aumento da incidência e da piora de casos já existentes de miopia, principalmente em crianças e adolescentes. O controle do uso de eletrônicos em geral é essencial para prevenir essa situação. Em adultos, a hiperexposição aos eletrônicos, seja por questões de trabalho ou estudo, contribui para desconforto ocular constante, aumento dos casos de olho seco e fadiga ocular.
Pausas regulares durante a utilização dos equipamentos eletrônicos e a redução do tempo total de uso deles contribui para a redução destes sintomas.
Em suma, cuidados precoces e regulares podem prevenir doenças e permitir ações que, em tempo hábil, podem minimizar ou resolver doenças e transtornos oculares que podem prejudicar a visão. Cuidemos de nossa saúde ocular!