No início do segundo semestre de 2015, a ONCB passou a receber diversas reclamações de entidades e pessoas com deficiência visual sobre a dificuldade de pagar em máquinas de crédito e débito touchscreen. Em setembro de 2015, a organização denunciou o fato para o Ministério Público Federal de São Paulo.
No mesmo mês, a ONCB iniciou um diálogo com os principais fabricantes e operadores de máquinas de cartão de crédito e débito do país por meio da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), pontuando a necessidade de existirem marcações táteis em máquinas de cartão com tela touch e verbalização de todas as informações que forem exibidas, por meio de voz sintetizada ou humana (a pessoa com deficiência visual utilizará um fone para ter acesso às informações exibidas).
Na oportunidade, também foi ressaltada a necessidade de que as máquinas com teclado físico também fossem aprimoradas, incluindo maiores espaçamentos entre as teclas e maiores informações táteis.
Em 3 de março de 2016, foi realizado um evento promovido pela ONCB, Laramara, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e ABECS. Nesse encontro foram apresentadas, para dezenas de pessoas com deficiência visual, máquinas de cartão que já estão no mercado. O grupo apontou melhorias que poderiam ser efetuadas nas máquinas de teclado físico e nas máquinas touch.
Nessa segunda-feira, 18 de julho, o 1º vice-presidente da ONCB, Beto Pereira, e o assessor de acessibilidade, Leonardo Gleison, tiveram uma reunião com a Gertec, uma das principais fabricantes de máquinas de cartão, na qual apresentaram uma máquina com teclado físico com melhorias em relação às informações táteis, além de um protótipo de uma máquina que já começa a dar informações verbais.
Segundo o Secretário da secretaria de Acessibilidade da ONCB, Paulo Romeu Filho, as conversações com a Abecs continuam. “Temos solicitado adaptações nas máquinas que já estão no mercado, E em médio prazo equipamentos já projetados para oferecer acessibilidade plena para a pessoa cega ou com baixa visão”, diz.
As reuniões com a ABECS continuam e solicitamos que esses aprimoramentos de acessibilidade sejam implementados em médio prazo, mas que também haja uma solução de curto prazo. A ONCB não poupará esforços para reverter esse grave problema de acessibilidade que constrange e impede o pagamento das pessoas com deficiência visual.
Gustavo Torniero (Secretaria de comunicação da ONCB).