A atual diretoria da ONCB foi eleita para um mandato de quatro anos em 6 de março de 2020. Logo em seguida, a pandemia da Covid-19 mudou as rotinas das pessoas com deficiência e de nossas instituições. Os desafios, que já eram grandes, ficaram ainda maiores. Nossa ousadia em realizar novos projetos, mesmo nesse cenário, precisou ser ainda maior.
Temos orgulho de compartilhar aqui algumas das realizações desse primeiro ano de mandato da nova diretoria.
Pela primeira vez, duas mulheres passaram a compor a diretoria da ONCB.
Elegemos dois diretores de nossa organização para a atual gestão da União Latino-americana de Cegos.
Promovemos, ao longo de seis meses, uma consulta pública para o aprimoramento da gestão e possíveis alterações no estatuto social da entidade.
Atuamos, de forma percistente, na defesa e garantia de direitos das pessoas com deficiência no Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Mulher, da Assistência Social e da Saúde.
Depois de emitir pareceres sobre o assunto, prestamos assessoria em relação a Urna Falada para as eleições municipais de 2020.
Após amplas conversas e diálogos com o Ministério da Educação, conseguimos com que a pessoa cega pudesse ter o direito de acessar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio com Leitor de tela, além dos recursos que já estavam disponíveis.
Acionamos órgãos como o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Saúde, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, senadores, deputados e inúmeras autoridades, solicitando a inclusão do nosso segmento no Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19.
Fizemos novos estudos e reuniões com possíveis parceiros com o objetivo de tornar acessíveis as máquinas de cartão de crédito e débito.
Realizamos diversas conferências com secretários, delegados, entidades filiadas e apoiadores para tratar de temas de grande repercussão, como a Política Nacional de Educação, Índice de Funcionalidade Brasileiro Modificado (IFBRM), visão monocular, dentre outros.
A Rádio ONCB foi pioneira no mundo em transmitir quatro lives com audiodescrição, em parceria com grandes artistas brasileiros. Foi pioneira também na visita virtual audiodescrita ao Museu da Inclusão. Ainda no início da pandemia, a emissora foi o primeiro veículo de comunicação do Brasil a divulgar uma campanha de cuidados contra a Covid-19, voltada às pessoas com deficiência visual. Foi também a primeira a realizar seis programas ao vivo sobre o impacto da pandemia em pessoas com deficiência. No primeiro e segundo turnos eleitorais, a emissora transmitiu as apurações das eleições municipais de 2020, com relatos de pessoas com deficiência visual de todo o Brasil. Transmitiu ainda a assembleia da ULAC (União Latino-americana de Cegos).
Por meio do Programa ÁGORA Brasil e da jornada formativa “Novos Olhares”, promovemos cursos gratuitos e livres de capacitação, formando centenas de pessoas cegas e com baixa visão.
Promovemos uma formação política internacional para 29 jovens com deficiência visual das cinco regiões brasileiras, em parceria com a FOAL e ULAC.
Realizamos o “Cultura sem Barreiras”, evento para valorizar cantores com deficiência visual de todo país.
Organizamos um campeonato de jogos on-line para pessoas cegas e com baixa visão, com premiação em dinheiro para os vencedores.
Produzimos mais de 150 conteúdos em áudio sobre acessibilidade, inclusão e pessoas com deficiência, disponíveis na área de podcasts do aplicativo Rádio ONCB.
Emitimos inúmeros pareceres na defesa e garantia de direitos nas áreas da saúde, educação e assistência social.
Mobilizamos grande parte dos veículos de comunicação do Brasil com uma denúncia em parceria com o Ministério Público sobre a falta de acessibilidade nas notas de R$ 200,00 (duzentos reais).
Realizamos oficina de liderança e participação juvenil para dezenas de jovens universitários.
Transmitimos, no canal de Youtube da organização e na Rádio ONCB, eventos sobre diversidade de gênero, sexualidade de pessoas com deficiência visual e protagonismo e liderança de jovens cegos e com baixa visão.
Organizamos reuniões com audiodescritores para entender as dificuldades de implementação do recurso nas eleições.
Essas foram algumas das principais ações realizadas nesses 12 meses de gestão. Sabemos que ainda existe muito a ser feito. Estamos convictos de que é através de uma atuação coletiva e qualificada que impediremos retrocessos e avançaremos na conquista de direitos de milhões de brasileiros cegos e com baixa visão. Nenhum direito a menos. Conforme disse Montesquieu, “a injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos”.
Nos próximos três anos, também não faltarão iniciativas, lutas por direitos, ótimos projetos, criatividade e resiliência.